Cronicas da actualidade

Friday, September 01, 2006

O islamismo é uma religião violenta?

...o islamismo teve seus períodos de violência e seus períodos de tolerância. Os otomanos deram refúgio aos judeus que foram expulsos da Espanha católica em 1492. Hoje em dia, o mundo árabe é o produtor da mais feroz propaganda anti-semita desde os tempos da Alemanha nazista (recentemente, a televisão estatal egípcia exibiu 41 episódios de um seriado baseado na famosa fraude czarista Os Protocolos dos Sábios de Sião).
Quem representa o verdadeiro islã? A pergunta não é apenas irrespondível, ela é irrelevante. O problema não é a essência de uma questão abstrata – quem pode dizer o que é o verdadeiro cristianismo ou o verdadeiro judaísmo? – mas a ação de muçulmanos reais no mundo de hoje. Não há como negar o que foi afirmado corajosamente por Samuel Huntington em O Choque de Civilizações: "o islamismo tem fronteiras sangrentas".
Da Nigéria ao Sudão, do Paquistão, à Indonésia e às Filipinas, alguns dos piores e mais odiosos atos de violência no mundo atual são cometidos por muçulmanos e em nome do islã. E então aconteceu o "11 de setembro" – o terrorismo islâmico indo muito além de suas fronteiras, para golpear o coração dos satânicos "cruzados".
Isso não prova nada sobre violência inerente; a ampla maioria dos muçulmanos é, obviamente, composta de pessoas pacíficas, vivendo dentro dos padrões de comportamento civilizado. Porém, a violência real, ávida pelo sangue de quase todas as civilizações não-muçulmanas, da hindu à animista africana, requer atenção.
Essa sensação de civilização em declínio – e da adoção do terror e da intimidação como caminho da restauração – ecoou num recente relatório das Nações Unidas que revelou com franqueza o vergonhoso fracasso árabe em modernizar-se. Uma coisa é os árabes ficarem para trás em relação ao Ocidente, mas continuarem mais atrasados do que a Coréia do Sul – que também foi colonizada e foi pobre, sendo desprovida da fantástica riqueza petrolífera do mundo islâmico – é uma completa humilhação.
Abdurrahman Wahid, ex-presidente da Indonésia e líder da maior sociedade islâmica do mundo, atribui as causas do radicalismo islâmico não apenas à falta de respeito e identidade próprios – sentimentos profundos de inadequação e derrota – mas também a uma enorme falha das lideranças muçulmanas moderadas. Os homicidas falam em nome do islã e a maioria pacífica não tem coragem de desafiá-los.
"O mundo islâmico atual é mantido prisioneiro", escreve Salman Rushdie, "não pelo Ocidente, mas por captores islâmicos, que estão lutando para manter fechado um mundo que uma pequena minoria, sem êxito, está tentando abrir... e a maioria permanece calada". Até que essa maioria se manifeste, as fronteiras do islã continuarão sangrentas. (The Jerusalem Post)

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